Dança Eficiente mostra possibilidades de movimentos sobre cadeiras de rodas
25/07/2006 - 00:17:03  
  
Twitter 

Maria José - Dança eficiente

Por Aline Moreira

Há quase dois anos o projeto “Dança Eficiente” movimenta a cena
artística da cidade com um grupo formado por oito pessoas com deficiência. O
grupo, idealizado pelo bailarino e coreógrafo Valdemar Santos, já
realizou cerca de seis apresentações do espetáculo “Desafio Sobre Rodas”. A
última aconteceu há duas semanas no Teatro de Arena, na praça da
Bandeira. O grupo, com o apoio da Coordenadoria para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (Ceid), concorre a um concurso nacional de dança.

Atualmente em período de férias, o projeto tem como ponto de apoio o
Teatro do Boi, no Matadouro, onde realiza seus ensaios duas vezes por
semana, segunda e quarta. As atividades serão retomadas no dia 7 de
agosto. “É uma experiência e tanto para mim, como se eu tivesse renascido”,
relata uma das dançarinas, Maria José Alves.

Mazé, como é conhecida, trocou recentemente a moleta por uma cadeira de
rodas, por conta de problemas na musculatura de um dos braços. “Antes,
eu era a única moletante. Digamos que eu era a que tinha mais
mobilidade, porque explorava mais movimentos, como alguns passos no chão, por
exemplo. Agora, em cadeira de rodas e com problemas de saúde, serei
obrigada a me conter mais, as limitações aumentaram. Mas nada que impeça
mostrar meu potencial artístico”, ressalta,

A bailarina explica que a essência do espetáculo consiste em expor ao
publico o potencial de cada um do grupo, tanto que a técnica de
improvisação já vem sendo adotada nas ultimas apresentações. “Sempre gostei de
dançar e através do projeto pude sair de uma depressão que vinha
sofrendo. Tanto eu como minhas colegas temos a oportunidade de sermos mais
vistas na sociedade, de mostrar nosso potencial, fazendo novas amizades e
lutando contra o preconceito”, destaca.

Mais do que quebrar barreiras da discriminação, o “Dança Eficiente”, um
projeto pioneiro o Piauí, é uma forma de aumentar a auto-estima das
integrantes do grupo e de outras pessoas com deficiência que queiram
mostrar que dançar sobre uma cadeira de rodas não é impossível.