Pesquisadores baianos estudam rede de reabilitação do Piauí
26/11/2008 - 00:13:00  
  
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Por Elza Muniz
Um grupo de pesquisadores do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Universidade Católica do Estado da Bahia está realizando um estudo sobre a rede estadual de reabilitação física do Piauí. O objeto de estudo da equipe é a rede de reabilitação  para a pessoa com deficiência na região Nordeste. Nesta quarta-feira, 26, o grupo visitou o Centro Integrado de Reabilitação (CEIR) no Complexo Danielle Dias , considerado o “coração” da rede estadual de reabilitação no Piauí, e entrevistou a secretária estadual para Inclusão da Pessoa com Deficiência, Rejane Dias.

De acordo com a pesquisadora Silvia Pereira, conforme dados do Ministério da Saúde, o Piauí foi avaliado como o Estado do Nordeste de maior nível de organização da rede de reabilitação (que ainda está em fase de construção). “Segundo o Ministério da Saúde, o Estado atingiu a meta de 100% dos serviços implantados (alta, média e baixa complexidade). Um dos diferenciais importantes é que esses serviços não se concentram somente na capital, mas em todo o Estado. Por isso, viemos conhecer a experiência”, afirma a pesquisadora.

De acordo com a pesquisadora Adriana Martins, o grupo selecionou dois estados da região Nordeste a partir do critério maior ou menor organização da rede de reabilitação física, de acordo com o relatório do Ministério da Saúde. O estado da Bahia não entra nesse critério. Nos demais estados da região Nordeste, a equipe está fazendo levantamento de dados através de questionários que estão sendo aplicados para atores da sociedade civil que atuam na área.

A pesquisa busca conhecer a situação da região Nordeste dentro do contexto nacional. “Buscamos entender se, realmente, estamos ou não atrasados. Em nossa pesquisa não comparamos o Nordeste com o Centro e o Sul. O que temos encontrado até agora é que, apesar de todas as dificuldades históricas, econômicas e culturais da região Nordeste, há uma perspectiva de comprometimento desses atores com relação às pessoas com deficiência. E o Piauí tem particularidades nesse trabalho”, explica.

Já existe um movimento pela PCD nessa região. “Não foi uma surpresa. Já esperávamos que a região Nordeste tivesse um avanço em relação à PCD. Entendemos que há muito que se avançar na região como um todo. Mas, há um avanço interessante em termos de conceituação, as pessoas se apropriam desse conceito, estudam, não fazem um trabalho aleatoriamente”, explica Silvia Pereira.

A rede estadual de reabilitação física é resultado de uma parceria entre a Secretaria Estadual para Inclusão da Pessoa com Deficiência (Seid), a Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi) e o Ministério da Saúde, baseada nas políticas de saúde da pessoa com deficiência. A rede visa oferecer às pessoas com deficiências, serviços hierarquizados e regionalizados, com base nos princípios da universalidade e integralidade das ações de saúde, ações de saúde, obedecendo ao plano diretor de regionalização do Estado. Ao todo são 34 unidades sendo uma de alta complexidade (CEIR), duas de média complexidade (uma em Picos e outra no Getúlio Vargas) e as demais de baixa complexidade.