Pais aprovam atendimento do Centro Integrado de Educação Especial
16/05/2007 - 00:09:35  
  
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Crianças são atendidas no CIES

por Elza Muniz

A pequena Maria Rebeca é uma das cerca de 200 crianças atendidas hoje no Centro Integrado de Educação Especial (CIES), que funciona no Bairro Ilhotas. Ela nasceu com hidrocefalia, uma limitação neurológica que compromete o desenvolvimento mental da criança. Aos três anos, ela dá os primeiros passos na vida escolar e busca apoio psicopedagógico e fisioterápico no CIES, o recém-inaugurado centro que oferece atendimento para crianças de 0 a 14 anos que apresentam algum tipo de comprometimento mental. Além do atendimento escolar, as crianças têm acesso a tratamento psicológico, fonoaudiológico e terapia ocupacional.

Os pais destacam que até mesmo nos fins de semana as crianças pedem para ir para a Escola, que foi completamente adaptada e decorada para elas. “Minha filha está estudando pela primeira vez e vai fazer tratamento fonoaudiológico e fisioterápico”, diz Maria Roseny de Jesus Lemos, mãe de Maria Rebeca, que elegeu a casinha de brinquedo como o espaço predileto no centro. “Esta é minha casinha”, diz a pequena com entusiasmo, enquanto participa das atividades da Educação Infantil.

Wallison Costa, de 12 anos, tem paralisia cerebral e desde criança sempre fez tratamento no colégio Ana Cordeiro. Hoje ele passa o dia no Centro Integrado e, além das aulas, também faz sessões de fono e fisioterapia. Antes ele não caminhava, agora já dá os primeiros passos. “Há mais de cinco anos fazíamos tratamento no colégio Ana Cordeiro, que é o único colégio público para a pessoa com deficiência. Mas aqui, as crianças têm tudo”, diz a mãe de George Wallison, Erivanda Rodrigues.

O transporte escolar para os alunos e seus acompanhantes também é um dos aspectos apontados pelas mães como diferencial importante. “Eu moro na Vila Bandeirante e às vezes deixava de levar meu filho ao colégio por falta da passagem e agora com o ônibus facilitou a vida da gente”, diz a mãe Lindalva Pereira.

O atendimento pedagógico diferenciado é outro ponto que tem o reconhecimento das crianças e dos pais. O pequeno Tiago Silva fala das aulas com empolgação e apresenta a professora Termulte como alguém da família. "Apesar das dificuldades, eles têm uma força de vontade muito grande", diz a professora Termulte Carla.

"Nos finais de semana que não vem para a escola, ele chora", diz a mãe Lindalva Pereira. Como acompanha o filho durante toda a manhã, ela participa do curso de bordado e das aulas de educação física que a escola oferece para as mães.

Educação Especial dá salto de qualidade

O CIES, que tem capacidade para atender 400 crianças, está funcionando com cerca de 50% de seu potencial. “Primeiro estamos fazendo uma avaliação entre as crianças que devem ficar na Educação Infantil e as que vão para o Ensino Fundamental . Após essa etapa, vamos chamar a lista de espera”, informa a coordenadora do CIES, Regiane Moraes.
De acordo com a coordenadora da Ceid (Coordenadoria Estadual para Inclusão da Pessoa com Deficiência), Rejane Dias, com a implantação do CIES, a proposta é oferecer educação de qualidade, além de ampliar o número de vagas. “Queremos oferecer o que há de melhor no atendimento às crianças e adolescentes com alguma limitação”, diz Rejane Dias.

Os pais constatam o diferencial no atendimento dos filhos.“Muitas coisas têm melhorado. O tratamento aqui é muito bom”, diz a mãe de Carlos Lucas Abreu de Oliveira, que tem oito anos e estudava no colégio Ana Cordeiro. “O tratamento é ótimo, com bons profissionais. Já tivemos muitos avanços. É nota 10”, diz a mãe Maria Abreu.

Ana Cordeiro oferece Educação de Jovens e Adultos e profissionalizante

O público-alvo do Centro de Habilitação Ana Cordeiro é formado por jovens acima de 14 anos com algum comprometimento mental, como síndrome de down, déficit de aprendizagem, paralisia cerebral. Gente como o jovem Arsênio Martins, que tem 23 anos e freqüenta a escola nas aulas de EJA, computação, oficina de pintura e encadernação. “O que mais gosto aqui na escola é o futebol. Já ganhei até troféu”, diz ele.

O Ana Cordeiro tem hoje 110 alunos acima de 15 anos e mais de 70% dos alunos do colégio têm como diagnóstico défict de aprendizagem. ‘Se tivesse sido inserido no período certo e essa deficiência tivesse sido trabalhada, essas crianças não estariam aqui”, alerta a diretora adjunta do colégio Lúcia Oliveira.

De acordo com o secretário de Educação, o próximo passo será a recuperação das dependências da Unidade Escolar Arlindo Nogueira para a implantação do Centro de Altas Habilidades. A iniciativa busca atender a demanda por maior atenção no atendimento educacional e terapêutico aos alunos com Síndrome de Down, dentre outros tipos de deficiência mental como autismo, paralisia cerebral e deficiência múltipla.

A proposta é que as atividades do Centro se complementem. “Aqui no laboratório de informática, por exemplo, nós exploramos o que o professor está trabalhando em sala de aula”, diz a diretora do Ana Cordeiro. "A diferença básica entre essas escolas e as da rede regular é que o trabalho seja adaptado ao curriculo. O atendimento é individualizado, por isso as turmas têm no máximo seis alunos", explica a professora Fátima Rocha, que atua no Ana Cordeiro.

FONTE: CCOM
Data: 11/05/2007