Acessibilidade faz parte da realidade dos cursos de arquitetura
20/12/2006 - 00:13:14  
  
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Rampa da acesso ao Clube dos Diários

Por Ubiracy Sabóia

As ações para incluir as pessoas com deficiência são cada vez mais concretas. Uma prova disto é a palavra Acessibilidade que virou um termo conhecido no que diz respeito ao direito da pessoa com deficiência ter acesso a serviços, educação e poder se deslocar de um local para o outro. Essa mudança está sendo operada há algum tempo e a exigência da lei está fazendo com que a cidade seja adaptada.

Esta mudança de mentalidade passa também pelas faculdades. Hoje os cursos de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo, passaram por mudanças e a acessibilidade faz parte do currículo regular destas faculdades.

Para o coordenador de Acessibilidade da Coordenadoria de Estadual Para Inclusão da Pessoa Portadora Deficiência, Mauro Eduardo Silva, a inclusão das normas de acessibilidade no programa das disciplinas dos cursos de arquitetura. “Isso garante que os futuros arquitetos vão assegurar o acesso das pessoas com deficiência física e mobilidade reduzida aos locais públicos”, frisou.

No Instituto Camilo Filho, uma das faculdades particulares de Teresina, a questão da acessibilidade está no currículo do curso de Arquitetura e Urbanismo. Segundo o diretor acadêmico do ICF, o professor Marcelino Leal, as questões relativas à acessibilidade fazem parte do currículo do curso de Arquitetura e Urbanismo da instituição.

“Em dois momentos os nossos alunos tem contato mais próximo com essa questão, nas disciplinas Projeto Arquitetônico IV e Projeto Arquitetônico VI”, ressaltou o diretor acadêmico do ICF. Ele disse que isso foi feito por causa das exigências da lei.

Com um número de aproximado  de 2 mil  alunos o ICF tem todos os acessos adaptados para pessoas com deficiência, e dificuldade de mobilidade. “Atualmente não temos nenhum aluno cadeirante, mas temos toda estrutura para recebê-los”, ressaltou o professor.

A coordenadora do Curso de Arquitetura e Urbanismo, professora Ana Luisa Silveira ressaltou que desde a primeira disciplina de projetos os alunos recebem as noções básicas sobre a inclusão das normas técnicas que tratam da acessibilidade. Ela explicou que isso é uma realidade já que lei determina que os prédios públicos (repartições públicas estaduais, federais e municipais) e os prédios de uso comum (lojas, shoppings, teatro, cinemas, hospitais).
 
A professora Lavínia Brandão Costa, titular da cadeira de Projetos Arquitetônicos VI , do Instituto Camilo Filho afirmou que a elaboração de rampas, locais com sinalização especial, banheiros adaptados entre outro mecanismos que tratam da acessibilidade no projetos arquitetônicos já está incorporando a cultura e a prática atual dos acadêmicos de arquitetura.
 
A professora afirmou que na sua disciplina os alunos estão trabalhando com um projeto de um centro de convenções. “Um dos desafios colocados para os estudantes é a inclusão de rampas de acesso no projeto”.  Exemplificou a professora que afirmou ainda um dos desafios no projeto foi a criação destas rampas, para que elas tivessem dentro as especificações técnicas, sem quebrar a harmonia do projeto.

 A alunas Beliza Ferraz, Eulália Camila e Carla Roberta do oitavo período do curso de arquitetura ICF concordam em um ponto que a questão das normas técnicas de acessibilidade já estão incorporadas no currículo das disciplinas de projeto arquitetônico. Segundo as alunas passa a ser um fato natural dentro o Curso.

Na Universidade Federal do Piauí, segundo a coordenadora do curso de Arquitetura, professora Karenina Matos, desde que foi criada a norma 9050 em 2000, que vem se obedecendo à exigência dos meios físicos para que as pessoas com deficiência tenham acesso aos prédios públicos e de uso comum.

Neste sentido o curso de Arquitetura propôs a criação de uma disciplina de acessibilidade, que será apreciada na reformulação da grade curricular do curso. “A idéia é que daqui um ano e meio esta disciplina seja oferecida aos estudantes”. A professora ressaltou que tudo vai depender da aprovação da nova disciplina.

Karenina Matos ressaltou que enquanto a aprovação não acontece estão sendo feitas diversas atividades para que o alunos se envolvam mais na questão da acessibilidade. “Um exemplo são aulas de campo, para que a turma sinta, por exemplo, como é se locomover em uma cadeira de rodas”. Na última quinta-feira um grupo de estudantes passou por essa experiência no Centro Tecnológico, os alunos utilizaram uma cadeira de rodas e sentiram na pele com é se locomover como cadeirante.

Segundo a professora, a atividade serve também com uma sensibilização para que os estudantes pensem nas pessoas com deficiência ou dificuldade de locomoção quando forem elaborar os sues projetos arquitetônicos.

Mauro Eduardo frisou que a proposta criação de uma cadeira especifica para acessibilidade, Na Universidade Federal do Piauí é uma das maiores conquistas realizada nos últimos tempos. “Vamos torcer para que isso aconteça, é uma ótima no dia internacional do deficiente”.

Exemplos

Em Teresina já é possível ver esta realidade em alguns locais onde o projeto arquitetônico levou em conta as normas de técnicas de acessibilidade. Um exemplo é o Complexo Cultural Clube dos Diários/Teatro 4 de Setembro, que no seu projeto arquitônico foi observado e contemplado com a estrutura física necessária para acolher as pessoas com deficiência.