Por Calina Lopes
Por ter um alto índice de pessoas com deficiência, cerca de 33,4% de sua população, o município de São Gonçalo, 120 km de Teresina, foi indicado pela Universidade de São Paulo (USP), para um estudo das causas genéticas que levaram à maioria das famílias da cidade a ter pessoas com algum tipo de deficiência. O Estudo será realizado pelo geneticista Thomas Morgan, da Universidade de Washington nos Estados Unidos, que visitou a cidade na manhã desta quarta-feira (15).
De acordo com Thomas Morgan, o grande número de casamentos entre parentes pode ser uma das causas deste alto índice, mas somente os estudos das causas genéticos darão um diagnóstico mais preciso. O geneticista afirmou que outras cidades do mundo vivem o mesmo problema, mas que estão desenvolvendo programas e realizando parcerias para evitar que mais crianças nasçam com deficiência.
“Este estudo será o primeiro passo para que possamos realizar futuras parcerias e trabalhar programas que venham evitar que mais crianças nasçam com algum tipo de deficiência, pois se não for descoberta as causas, o problema pode continuar acontecendo. Muitas pessoas aqui nem mesmo tiveram a oportunidade de ter um diagnóstico sobre as causas de sua deficiência e por isso iniciaremos fazendo atendimentos individuais e com familiares. A cidade de São Gonçalo nos foi mostrada e indicada pelo Instituto de Genoma Humano da Universidade de São Paulo (USP), e também tivemos o convite que partiu da Ceid (Coordenadoria Estadual para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência) e da Ama (Associação dos Amigos dos Autistas do Piauí)”, disse.
O prefeito de São Gonçalo, Pedro Ferreira da Silva, agradeceu ao geneticista pelo apoio e destacou o empenho da Ceid no sentido de articular a vinda do especialista àquele município. “Antes da divulgação deste índice, eu não tinha idéia de que São Gonçalo tinha um problema sério como este. Aqui a maioria dos casamentos é entre parentes e todos acreditam que esta seja a maior causa deste problema. Mas só mesmo um estudo como este pode diagnosticar e nos mostrar soluções para o problema. Tenho a esperança que faremos parcerias com a Universidade de São Paulo e os governos estadual e federal”, informou.
A coordenadora Estadual de Atenção à Pessoa com Deficiência da Secretaria de Saúde, Gardênia Val, disse que um estuda das causas genéticas que provocaram o alto índice de pessoas com deficiência em São Gonçalo já era uma reivindicação antiga e que a Secretaria irá fazer parceria para que este estudo possa ser levado a outras cidades do Piauí.
“Estamos muito satisfeitos com a presença do geneticista Thomas Morgan aqui em São Gonçalo, pois esta era uma reivindicação antiga da população. Agora, iremos trabalhar pela parceria com o Governo para que o estudo seja feito em outras cidades, como Paulistana, onde existem muitos casos de pessoas com atrofiamento muscular”, concluiu.