Por Elza Muniz

O Sistema Nacional de Emprego (Sine) encaminhou entre janeiro outubro desse ano 147 pessoas com deficiência para o mercado de trabalho. Desse total, 37 foram contratadas pelas empresas para onde foram encaminhadas. Os cargos que as empresas mais buscam no banco de dados do Sine são de serviços gerais e cobrador de ônibus.
 
Entre os que foram encaminhados através do Sine está a jovem Maria Zélia da Silva, de 21 anos, que chegou ao Sine através da Coordenadoria para Integração da Pessoa com Deficiência, Ceid. Zélia faz parte do público que as empresas estão mais abertas a receberem: tem deficiência física leve, ensino médio completo e conhecimento de informática.

"Acho que hoje o deficiente está sendo visto com outros olhos, apesar de ainda existir  muito preconceito está menos difícil chegar as empresas", diz Zélia que tem seqüelas da paralisia infantil e foi encaminhada a loja Pintos, empresa que segundo o Sine, é a que mais emprega pessoas com deficiência em Teresina.

O aparente baixo aproveitamento entre o número de encaminhados e o número absorvido pelo mercado, de acordo com o Sine é que para cada vaga solicitada pelas empresas são encaminhadas de 3 a 5 pessoas. "Sem falar que em muitos casos as pessoas não se encaixam no perfil que a empresa busca geralmente é de pessoas com segundo grau completo e com deficiência leve. Tivemos casos em que encaminhamos pessoa com deficiência para o cargo de almoxarife e a empresa não aceitou alegando que trata-se de um cargo que é preciso levantar peso", explica Tathyana Moreira, uma das responsáveis por esse setor.

Apesar da lei 8.213/91 assegurar que toda empresa a partir de 100 funcionários deve reservar um percentual de 2% a 5% de vagas para funcionários com esse perfil nem sempre a lei é cumprida a risca. Menos de 50% das 193 empresas cadastradas no Sine oferecem vagas para pessoas com deficiência. Neste ano, por exemplo, desse total cadastrado apenas 26 solicitaram pessoas com deficiência.   

Atualmente o Sine tem 1118 pessoas com algum tipo de deficiência cadastradas em seu banco de dados. São 644 são deficientes físicos, 253 deficientes visuais, 163 auditivos e seis de deficiência múltipla. Além de encaminhar as pessoas com deficiência para o mercado de trabalho o órgão também promove capacitações.