Mercado para reabilitação cresce no Piauí
24/10/2006 - 00:09:46  
  
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Obra do Centro Integrado

Por Elza Muniz

A reabilitação física no Piauí está evoluindo a passos largos. A expansão desse mercado tem uma dupla face: enquanto por um lado abre espaço numa área até então ainda muito pouco explorada, por outro vai beneficiar centenas de piauienses que, mensalmente, buscam tratamento fora de domicílio (TFD) em centros de reabilitação como a AACD ou Sarah Kubitschek de São Luís, São Paulo ou Brasília.
 
Um reflexo da evolução porque passa essa área foi a concorrência do curso de fisioterapia no vestibular da Universidade Estadual que neste vestibular é o mais concorrido. Mas vale ressaltar que o moderno conceito de reabilitação que o Piauí se propõe oferecer não se restringe a fisioterapia. “Inclui uma equipe multidisciplinar com profissionais das áreas de psicologia, arte-terapia, pedagogia, educador físico dentre outros cujo trabalho integrado é imprescindível na reabilitação”, explica o coordenador de gestão da Ceid, Francisco Alencar.
 
Entre as principais causas que levam os pacientes buscarem tratamento em reabilitação física fora estão a paralisia cerebral e as seqüelas de traumas na coluna e no crânio. Casos como o do aposentado Ezequias  Ferreira Melo, de 52 anos, que por causa de um acidente de moto, fraturou a 5ª vértebra da coluna ficou paraplégico. Há dois anos ele ficou paraplégico e hoje viaja mensalmente para fazer tratamento no Sara Kubitschek de São Luis, através do TFD.
 
“Fico aliviada em saber que aqui em Teresina em breve também terá um Centro Reabilitação física como o Sara Kubitschek, de São Luís. A viagem é muito difícil, sem falar nas despesas fora de casa”, diz  dona Teresina  Alves, esposa de Ezequias  Ferreira Melo, de 52 anos, que por causa de um acidente de moto, fraturou a 5ª vértebra da coluna ficou paraplégico e faz tratamento mensalmente no Sara Kubitschek de São Luis.

Tanto os pacientes que hoje precisam se deslocar aos grandes centros para fazer o tratamento de reabilitação física quanto os profissionais que atuam nessa área sabem bem o que isso significa para a reabilitação física no Piauí.   De acordo com o professor Isanio Mesquita, a reabilitação no estado do Piauí vai ter duas fases, antes e depois do Centro Integrado de Reabiltação pois temos cerca de 17% da população necessitando de reabilitação”, diz o coordenador da Faculdade de ciências médicas (Facime), Isanio Mesquita.

Esse é um mercado que aos poucos ganha espaço e se fortalece. Entre 2003 e 2006 a Secretaria Estadual de Saúde do Piauí (Sesapi) realizou dois concursos públicos para o cargo de fisioterapeuta, com a oferta de 85 novas vagas. Esses profissionais estão sendo absorvidos nas 33 unidades da rede estadual de reabilitação que está em fase de implantação no estado.

De acordo com a coordenadora da Ceid, Rejane Dias o Centro de Reabailitaação que está sendo construído em frente a Maternidade Dona Evangelina Rosa deve entrar em funcionamento até o final desse semestre. “Vamos oferecer tratamento multi-interdisciplinar e revolucionar a forma de encarar a reabilitação no estado”, diz Rejane Dias.

Piauí se fortalece como referência em saúde

Se o Piauí já é um Centro de Referência na área de Saúde no Norte Nordeste, a instalação de um Centro Integrado de Reabilitação só fortalece essa imagem e, principalmente, resolve a equação do tratamento fora de domicílio.

A necessidade de tratamento em reabilitação física no Piauí tem levado centenas de pacientes com algum tipo de comprometimento motor a buscarem o tratamento em capitais como Recife, São Luis, Brasília e Fortaleza. Cerca de 30% dos 300 mil que são investidos, mensalmente, em tratamento fora de domicilio (TFD) pela Secretaria de Saúde, hoje é direcionado para reabilitação física.

“É uma iniciativa altíssimo nível. A fisioterapia no Piauí tem avanços incríveis, esse é um projeto fantástico”, disse o presidente do Conselho Regional de Fisioterapia, Ricardo Lotif,  durante ao conhecer a obra iniciada há 10 meses.

Para quem atua nesse ramo a expansão desse mercado é um dado animador.  “Quando o Centro entrar em funcionamento passaremos a contar com um centro de excelência em fisioterapia e o Piauí não mais necessitará recorrer a outros centros do gênero para tratamento de pessoas portadoras de necessidade especiais”, diz a fisioterapeuta Rauena Souto, que participou do treinamento na AACD em São Paulo.

O Centro Integrado de reabilitação deve  funcionar como o coração da rede estadual de reabilitação. "E oferecerá tratamento no nível de excelência de grandes centros como a AACD", diz o fisioterapeuta Aderson Luz, da Coordenadoria para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (Ceid).