Falta de informação das mães ainda é o maior problema
29/08/2006 - 00:13:24  
  
Twitter 

Por Elza Muniz

As causas que levam uma criança a nascer com algum tipo de comprometimento mental podem ser minimizadas com o acompanhamento pré-natal e com a orientação adequada das mães. 
Mas, boa parte das grávidas atendidas na maternidade Dona Evangelina Rosa, a maior maternidade pública de Piauí, por exemplo,deixam de fazer o acompanhamento médico completo durante o pré-natal. As causas que levam as mães a não cumprirem as recomendações médicas vão desde a falta de informação à alegação de falta de tempo. “Sei que é necessário, só que como estou me sentindo bem, então a gente acaba deixando para depois alguns exames”, diz a mãe de primeira viagem, Ilda Santos, de 19 anos.

A prevenção tem como meta o reduzir o número de pessoas com deficiência no estado, que hoje é superior a 17% da população. Em conceito internacional, as cifras mostram que aplicar um dólar em prevenção representa a economia de 50 dólares em cuidados especiais.
Para os especialistas a qualidade de uma gestação saudável depende de inúmeros fatores, que vão desde a educação sexual nas escolas até as mais bem elaboradas técnicas de detecção de doenças congênitas e o respectivo aconselhamento aos portadores de genes afetados.

Entre os exames de rotina que a grávida deve se submeter estão o hemograma completo, DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis), HIV, glicemia de jejum, tipagem sanguínea (fator Rh), hepatograma (hepatite), fezes, urina, toxoplasmose. Além desses, poderão ser são indicados, segundo orientação médica, os exames de amnioscopia (observação do líquido amniótico), cardiotocografia (detecta o sofrimento fetal) e o dopplerfluxometria (avalia o fluxo sangüíneo entre o feto e a placenta).

Mas a prevenção não se restringe aos exames pré-natais. Durante os 18 primeiros meses de vida as visitas ao pediatra devem ser periódicas. O famoso “teste do pezinho” garante o rastreamento neonatal para Fenilcetonúria e Hipotireoidismo Congênito. Também nesse período é a fase ideal para que medidas terapêuticas sejam adotadas em tempo hábil a fim de evitar a manifestação dessas doenças que fatalmente levariam a uma deficiência mental severa.

O engajamento da sociedade é fundamental para que haja um efeito multiplicador de  conscientização capaz de acabar de um lado, com o preconceito, e do outro, evitar o crescimento do número de pessoas com deficiência.