Por Elza Muniz

A semana nacional do excepcional comemorada pela Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae) de todo país, de 21 a 28 de agosto, chama atenção para um ponto básico para evitar a elevação do número de pessoas com deficiência: a necessidade da prevenção, o que implica o acompanhamento médico durante o pré-natal da gestante e nos primeiros anos de vida do bebê. De acordo com os médicos, a pessoa excepcional é aquela que têm algum tipo de comprometimento mental como a síndrome de Down ou paralisia cerebral.

O Piauí tem mais de 53 mil pessoas com algum tipo de comprometimento mental segundo o censo demográfico de 2000 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Gente como a pequena Laiza Rosa Helena da Silva, de 4 anos, que tem síndrome de Down e é aluna do jardim de infância da Apae de Teresina há um ano. Laiza está conseguindo um bom desenvolvimento graças ao acompanhamento dos pais, que buscaram se conscientizar para dar um melhor tratamento para a filha, e da APAE. Ela é muito ativa, afetiva, sorridente e gosta muito de brincar.

A síndrome de Down está ganhando uma abordagem na mídia nacional através da novela Páginas da Vida, da TV Globo. Na novela, a personagem Martha, vivida pela atriz Lílian Cabral, se negou a criar a pequena Clara, neta dela, que tem síndrome de Down. A personagem Helena, interpretada por Regina Duarte então resolve adotar Clara e enfrentar o desafio. As cenas que envolvem as três personagens são polêmicas e mostram o preconceito que existe envolvendo pessoas com síndrome de Down, mas mostram também que o amor é capaz de enfrentar e superar qualquer desafio.

O médico neurocirurgião Francisco Alencar, diretor de gestão da Ceid (Coordenadoria para Integração das Pessoas Portadoras de Deficiência) alerta para a importância da prevenção durante a gravidez no sentido de detectar e evitar possíveis deficiências nas crianças. Ele explica que as gestantes devem submeter-se a, no mínimo, seis consultas médicas pré-natais para que se possa acompanhar o seu estado geral e nutricional e realizar exames laboratoriais para avaliar itens como incompatibilidade sangüínea do tipo Rh, detectar infecções ativas por toxoplasmose, o grau de anemia, sífilis e rubéola, que são grandes fatores de infecção congênita e causadores de múltiplas deficiências.

A coordenadora geral da Ceid, Rejane Dias, explica que uma das principais preocupações do órgão é a prevenção. Por isso o trabalho de conscientização da população é fundamental. Com este objetivo, a Ceid está levando ciclos de palestras ao interior do estado com o foco na prevenção. Esta semana foi a vez de Ipiranga e em setembro será a vez de Uruçui.  “Trata-se de uma espécie de mini-fóruns onde buscamos despertar nas pessoas a importância da prevenção”, diz o coordenador de acessibilidade da Ceid, Mauro Eduardo.

Falta de informação das mães ainda é o maior problema
29/08/2006 13:24