Rejane Dias
Primeira Dama do Estado e Coordenadora Geral da Ceid

Tem coisas que acontecem na vida da gente que fazem valer a pena todo o trabalho que procuramos desenvolver. São fatos que renovam as nossas forças para enfrentar as dificuldades do dia-a-dia na busca por condições mais dignas de vida para as pessoas com deficiência.

No início do mês, mais precisamente no dia 10 de outubro, aconteceu um desses fatos. Naquela manhã nós fomos fazer a entrega de novos equipamentos para o Núcleo de Equoterapia de Teresina. O Núcleo é uma parceria da Ceid com a Polícia Militar do Piauí e atualmente atende 82 crianças e adolescentes com deficiência e um adulto. O Núcleo possui uma lista de espera de 65 pessoas.

Com os novos equipamentos pretendemos aumentar a capacidade de atendimento e com assim diminuir a lista de espera. E isso, por si só, já era um motivo de muita alegria, afinal seria uma importante contribuição para proporcionar condições de vida melhor para um número maior de famílias.

Porém, durante a solenidade, dona Antônia, que tem uma filha atendida na equoterapia, resolveu dar um depoimento emocionado e emocionante. Com a voz um pouco trêmula e os olhos marejados de lágrimas, mas com uma alegria estampada no rosto, Antônia falou sobre a sua pequena filha Hérea, de 4 anos, que não conseguia caminhar nem segurar objetos, e que, depois de dois anos de tratamento, estava ali para mostrar a importância do trabalho desenvolvido por todos os profissionais da equoterapia.

Dona Antônia pediu para pequena e já vencedora Hérea caminhasse no palco onde a solenidade estava ocorrendo. E aquela criança fez isso com uma desenvoltura surpreendente. Poucas foram as pessoas que conseguiram segurar as lágrimas durante aquele evento tão formal. Foram aqueles instantes de silêncio seguidos de calorosos aplausos que fazem o coração de qualquer pessoa explodir de felicidade. Todos os presentes se sentiram tão vencedores quanto a pequena Hérea.

O depoimento daquela mãe e os passos daquela criança causaram uma sensação difícil de explicar. Eu só sei dizer que é um sentimento encorajador, que fortalece a vontade de fazer muito mais, de enfrentar toda a burocracia e as dificuldades existentes no serviço público, para dar a oportunidade de mais pessoas vencerem barreiras, assim como fez Hérea.

E a partir desse exemplo de superação eu gostaria de parabenizar e de agradecer a cada um dos profissionais do Núcleo de Equoterapia que se dedicam na busca da melhoria da vida de todos os praticantes. Em especial ao Sargento Wellington Antonio D’Lima, que foi o idealizar da equoterapia no Piauí e que hoje coordena o Núcleo de Parnaíba. Também gostaria de destacar o trabalho desenvolvido por cada um dos parceiros governamentais e não-governamentais que contribuíram para que o núcleo se tornasse a realidade que é hoje.

Eu acredito que é dessa forma, unindo forças, que construiremos uma sociedade mais justa e mais digna para todos, em especial para as pessoas com deficiência de nosso Piauí.